terça-feira, outubro 21, 2014

Necessidade do pretérito ou identidade personalizada?

Na década de trinta, novidade. Na década de cinquenta, vulgaridade. Na de setenta, inovação, o rock nos olhos. Nos anos oitenta, Material Girls. Na era dois mil, moda. Nos dias atuais, necessidade.
Muito longe disso, os produtos que hoje somos fieis, também já serviram como método de sobrevivência. Quem pensa que a maquiagem é uma simples combinação química fútil, está ligado num mundo de ignorância, pois na antiguidade, a ideia de maquilar servia de comunicação às mulheres das cavernas, que se adaptavam às culturas por pinturas faciais e assim reconheciam seu grupo. Também foi de extrema importância às egípcias, que devido ao calor excessivo e aos ferimentos na pele causados pelo sol, criaram um tipo de delineador, aplicado na região dos olhos, protegendo-os também de insetos que ficavam incomodando - Não é surpresa imaginar que uma das culturas mais inteligente que já houve em toda história foi capaz de propor algo que protegesse as mulheres e os homens e ao mesmo tempo os deixavam mais atraentes e com olhar expressivo. Realmente pensaram em tudo!
A maquiagem deixou de ser um ícone de beleza, atualmente, serve como inspiração para um futuro não muito distante: a realidade de ser o que quiser, cada vez mais acessível, através de cosméticos e jogos de luz e sombra. Auto visagismo com um toque de personalidade.
Sendo assim, a febre da maior qualidade de cosméticos estourou, e o que quiser procurar está ali, numa prateleira virtual ou ao vivo te esperando. Será que só uma simples personificação em um texto pessoal torna esses produtos mais vivos e queridos? Ou a própria geração que fez deles o assunto principal de 11 em cada 10 mulheres vaidosas e/ou pessoas que gostam de corrigir uma imperfeição em apenas minutos?!
Não tem culpa a pessoa que quer se sentir diferente e mais bonita. Se o importante é estar feliz sem fazer mal a alguém, por que criticar uma pessoa que está pintando seu próprio rosto (ou pagando para alguém pintar) a ponto de se sentir especial? Sabe, é gratificante depois de trinta minutos sentada em minha cadeira esperando meu trabalho, a pessoa levantar, se olhar ao espelho e dizer “eu nunca estive tão bonita; estou diferente, não consigo acreditar que é a mesma pessoa; queria acordar assim todos os dias”. Acho que um cirurgião plástico tem a mesma sensação quando realiza seu trabalho. Isso se chama: MUDAR A VIDA DAS PESSOAS. E é muito importante mudar a de alguém para melhor.
Dessa forma, o cosmético não é mais uma futilidade. Não estamos mais nos anos cinquenta, do mesmo jeito que os produtos não têm mais a mesma consistência. Tudo mudou. Quem sabe a explicação para isso seja que as mulheres aptas ao visagismo querem se comunicar, procurar seu “grupo”. Ou então uma questão de sobrevivência, que deixa a pele mais bonita, a autoestima elevada e confiança. Apesar das grandes mudanças, estamos mais próximos da antiguidade do que pensamos. Irônico? Talvez! Mas é isso que a moda nos trás o tempo todo, não é? O “resgate ao passado”. Não precisa seguir a moda se não gostar. Os egípcios não tinham moda alguma quando surgiu essa necessidade. Pensavam apenas em arquitetura e matemática, e conseguiram encaixar um assunto no outro sem perder a harmonia.



Um comentário:

  1. Muito interessante ! visita meu blog ? http://isabellaluiza.wordpress.com/

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