sexta-feira, julho 26, 2013

Quarta-feira de inverno

A gente só brigava. Principalmente nas últimas semanas. Desde que você começou a faculdade com seus amigos, se tornou outro, começou agir de modo mais grosseiro, queria mostrar que o menino virou homem, mas era impossível com suas atitudes infantis. Tornou-se metido, mais do que já era, e esqueceu da gentileza, aquele coração bom e puro pelo qual me apaixonei no começo.
Às vezes perguntava quem era aquele cara deitado do meu lado enquanto víamos um filme no computador. Porque ele faz tanta questão de estar comigo, se não demonstra que me ama? Há jeitos tão diferentes de amar, que até duvidamos que é amor, e queremos uma prova concreta de que aquilo é real. Talvez realizar um desejo do caderninho de sonhos seria uma boa opção. Talvez chegar com um buque de rosas no meio do trabalho, é melhor ainda. Mas depois de tantas indiretas até desistimos, pra que insistir em algo que ele já percebeu, mas fingiu que não escutou, e você nem pode pedir.
Com o tempo, as brigas tornaram mais freqüentes e reais. Qualquer coisa seria motivo para uma discussão. Qualquer coisa fazia uma garota de coração mole como o meu chorar, mas ao mesmo tempo fingir que não se importou para não se humilhar. Agradeço a Deus por esse meu dom do orgulho... Admito que o tempo em que não brigávamos eram os mais perfeitos! Passava horas e horas pensando em você depois que ia embora, lembrando de cada detalhe de nosso encontro, com um sorriso bobo na cara, de orelha a orelha. 
O que eu mais queria naquele momento era que essa época passasse. Comecei a agir de modo natural nas brigas. Comecei a pedir desculpas quando errava, parei de agir como criança, pois uma já bastava. Depois das brigas, te ignorava, mas só fisicamente. Meu pensamento ainda estava em você, e eu tomava polaramine para minha alegria, aproveitando que ele me faria dormir por muito tempo. Assim eu ficaria quase 12 horas sem pensar no que me magoou. 
Com o tempo as coisas começaram a se estabilizar. Quando há respeito, vale a pena perdoar. Quando se está apaixonado, sentimos o coração parar por um momento, na hora da raiva. Então  lentamente ele volta, e logo esquece, passando por cima do que doeu. 
Sou incerta de muitas coisas, sou uma mulher comum. Aprendi muitas coisas que tinha certeza do contrário, quebrei a cara várias vezes, mas aprendi uma coisa naquele tempo frio: namorar você é como o inverno numa quarta-feira gelada, me deixa mal, me faz muito bem, e mesmo assim eu o amo, muito.



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